Nota
do Autor.
A construção de um instrumento estratégico que
estabeleça os requisitos de qualidade para as matérias-primas e especialidades
farmacêuticas comercializados em nosso país configura-se um dos grandes
desafios para a vigilância sanitária. Nesse sentido, a Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (Anvisa) trabalha na revisão e atualização da Farmacopéia Brasileira. A
farmacopéia é o código oficial que estabelece os parâmetros de qualidade e os
métodos de análise para os insumos e medicamentos utilizados no país. De uso
obrigatório para os que fabricam, manipulam, fracionam e controlam produtos
farmacêuticos, o compêndio é considerado questão de soberania nacional. Uma farmacopéia
moderna e atualizada fornece subsídios e ferramentas à Vigilância Sanitária,
aos farmacêuticos e aos demais profissionais, para impedir que ocorram
problemas com produtos farmacêuticos (intoxicação, baixa resposta terapêutica,
contaminação microbiológica e química, entre outros). Para isso, as monografias da farmacopéia
descrevem especificações que garantem a qualidade desses produtos. Questões como características físicas e físico-químicas e
metodologias de análise das substâncias são definidas por essas monografias. O
desafio configura-se na medida em que a nova Farmacopeia Brasileira consiga
contemplar particularidades de nosso país. Temos problemas de saúde
específicos, decorrentes de situações geográficas, questões culturais,
financeiras e até sociais das populações, que não podem ser desconsiderados.
Por outro lado, não podemos esquecer as condições de nossos parques
industriais, a tecnologia que nosso país domina e os produtos que fabricamos.
Atualmente,
ainda estão em vigor, no Brasil, textos das quatro farmacopéias já publicadas.
A primeira edição data de 1929, a segunda e a terceira edições são de 1959 e
1976, respectivamente. A última teve início em 1988 e foi publicada em seis
fascículos, nos anos de 1996, 2000, 2001, 2002, 2003 e 2005.
Para
a revisão da Farmacopéia Brasileira, a Anvisa instituiu a Comissão da
Farmacopéia Brasileira, que conta com especialistas nas diferentes áreas que
envolvem os estudos farmacopêicos. As inclusões, denominações, atualizações e
exclusões dos produtos farmacêuticos no compêndio são discutidas por Comitês
Técnicos Temáticos específicos. Ao término desse processo, será publicado um Código Farmacêutico Oficial atualizado em um compêndio único. A
idéia é que o Brasil disponha de um instrumento estratégico que consiga, além
de estabelecer os requisitos de qualidade para os produtos farmacêuticos,
harmonizar o avanço científico com o conhecimento popular, de acordo com a
Política Nacional de Medicamentos do Ministério da Saúde.

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