Temas para pesquisas:
Histórico da farmacovigilância no mundo e no Brasil;
Farmacoepidêmiologia;
Estudos da utilização dos medicamentos;
Eventos adversos;
Reações Adversas Medicamentosas (RAM);
Classificação das RAMs;
Classificação das RAMs segundo mecanismo de ação;
Classificação das RAMs segundo susceptibilidade;
Classificação das RAMs segundo morbidade/gravidade;
Classificação das RAMs segundo causalidade;
Classificação das RAMs segundo incidência;
Erros de Medicação;
Erros de prescrição;
Erros de dispensação;
Erros de administração;
Sistema de Notificação de Eventos Adversos;
Diagnóstico de reações adversas;
Programas de Farmacovigilância;
Farmácias Notificadoras;
Hospitais Sentinela.
A
farmacovigilância é o trabalho de acompanhamento do desempenho dos medicamentos
que já estão no mercado. As suas ações são realizadas de forma compartilhada
pelas vigilâncias sanitárias dos estados, municípios e pela Anvisa.
Embora
sejam formulados para prevenir, aliviar e curar enfermidades, os produtos
farmacêuticos podem produzir efeitos indesejáveis, maléficos e danosos. Essa
dualidade, às vezes trágica, é significativa para a saúde pública e torna a
farmacovigilância atividade indispensável à regulação sanitária em qualquer
país. A farmacovigilância protege as populações de danos causados por produtos
comercializados, por meio da identificação precoce do risco e intervenção
oportuna.
Centros de Farmacovigilância.
Algumas
Vigilâncias Sanitárias Estaduais já apresentam uma estrutura formal de Centros
Estaduais de Farmacovigilância. Dentre elas, destacam-se:
• Bahia;
• Paraná;
• Rio de Janeiro;
• Santa Catarina;
• São Paulo.
Fora do
SNVS, algumas universidades, hospitais e outras instituições também já possuem
Centros de Farmacovigilância atuantes, como os que se seguem: • Centro de
Farmacovigilância do Ceará – CEFACE/UFC. • Centro de Farmacovigilância do complexo Hospitalar Universitário Prof. Edgard
Santos/UFBA. • Centro de Farmacovigilância da Universidade Federal de
Alfenas –
CEFAL
Exemplos práticos de
Farmacovigilância.
AVISO DE NOTIFICAÇÃO E
IMPACTO NA FARMACOVIGILÂNCIA.
Cordaptive®
(ácido nicotínico/laropipranto): retirada do medicamento do mercado
15
de janeiro de 2013
A
empresa Merck Sharp & Dohme enviou um comunicado à Gerência de
Farmacovigilância (GFARM) no dia 11 de janeiro de 2013 para informar que o
medicamento Cordaptive® não será mais comercializado no Brasil e no mundo.
O
medicamento contém as substâncias ativas ácido nicotínico e laropipranto, tendo
sido registrado no Brasil no ano de 2009 com as seguintes indicações[i]:
-
Em monoterapia ou em combinação com inibidores da HMG-CoA redutase como
adjuvante à dieta para reduzir os níveis de LDL-C, triglicérides (TG), razão
LDL-C:HDL-C, colesterol não-HDL, apolipoproteína B (apo B) e para aumentar os
níveis de HDL-C e apolipoproteína A-I (apo A-I) em pacientes com
hipercolesterolemia primária ou
dislipidemia mista;
-
Para reduzir o risco de recorrência de infarto do miocárdio não-fatal em
pacientes com histórico de doença coronariana;
-
Em pacientes com dislipidemia para retardar a progressão ou promover a
regressão da aterosclerose;
-
Como adjuvante à dieta para redução dos níveis elevados de colesterol total e
de LDLcolesterol em pacientes com hipercolesterolemia quando a resposta a uma
dieta restritiva de gordura saturada e colesterol e outras medidas
não-farmacológicas tenham sido inadequadas;
-
Como tratamento adjuvante para pacientes adultos com níveis séricos muito
elevados de triglicérides (acima de 2.000 mg/dL) com risco de pancreatite e que
não respondem de forma adequada à dieta ou no tratamento em pacientes com
níveis de triglicérides entre 1.000 e 2.000 mg/dL com histórico de pancreatite
ou de dor abdominal recorrente típica de pancreatite.
A
decisão de retirar o medicamento do mercado foi adotada após análise do estudo
HPS2-THRIVE (Heart Protection Study 2-Treatment of HDL to Reduce the Incidence
of Vascular Events) pela empresa e por algumas autoridades regulatórias.
De
acordo com o comunicado, o estudo HPS2-THRIVE não atingiu seu desfecho primário
de redução dos principais eventos cardiovasculares que incluíam a combinação de
mortes coronárias, ataques não-fatais cardíacos, derrames ou revascularização.
Além disso, os resultados do estudo demonstraram um aumento estatisticamente
significativo na incidência de eventos adversos graves[1]não fatais no grupo
que recebeu Cordaptive® e estatina em comparação com o grupo que recebeu apenas
estatina. Análises preliminares sugerem que os eventos estão dentro das
seguintes categorias: sanguíneos e linfáticos, gastrointestinais, infecções,
metabolismo, respiratório, músculo-esquelético e pele.
A
Anvisa já solicitou à empresa a elaboração de uma Carta aos Profissionais de
Saúde e informa que irá acompanhar as demais estratégias de comunicação da
empresa quanto ao recolhimento do produto.
Recomendações
aos pacientes:
-
Se o paciente estiver em tratamento com o medicamento Cordaptive®, deve
procurar seu médico o mais rápido possível para a revisão da terapia;
-
O paciente não deve interromper o uso do medicamento sem orientação médica, a
fim de evitar riscos à saúde.
Recomendações
aos profissionais de saúde:
-
Os médicos devem parar de prescrever o medicamento e considerar alternativas
para o tratamento de seus pacientes.
Referências.
[1] Evento adverso grave: aquele que causa
óbito, hospitalização ou prolongamento de uma hospitalização existente, incapacidade
significativa persistente, anomalia congênita ou constitui uma ameaça à vida ou
um evento clinicamente significativo.
________________________________________
[i]
Bula do medicamento Cordaptive®. Ácido nicotínico e laropipranto. Responsável
técnico: Fernando C. Lemos – CRF/SP 16.243. Registrado e importado por Merck
Sharp & Dohme Farmacêutica Ltda. Campinas/SP.
ii
BRASIL. Instrução Normativa nº 14, de 27 de outubro de 2009. Aprova os Guias de
Farmacovigilância para a execução da RDC nº4, de 10.02.2009. Diário Oficial da
União, Brasília, 28 out. 2009(d). Disponível em:
<http://www.brasilsus.com.br/legislacoes/instrucao-normativa/101047-14.html>.
Acesso em: 14 jan. 2013.
Pradaxa®
(etexilato de dabigatrana) fica contraindicado em pacientes com próteses de
válvulas cardíacas que necessitem de tratamento anticoagulante
14
de janeiro de 2013
Em
virtude de um estudo clínico de fase II em que foi avaliado o uso de Pradaxa®
na prevenção de acidente vascular cerebral (AVC), embolia sistêmica e trombose
nervosa em pacientes com próteses de válvulas cardíacas, a Anvisa informa aos
profissionais de saúde e pacientes que a bula do medicamento será alterada para
incluir nova contraindicação do medicamento. O estudo de fase II RE-ALIGN,
realizado em nove países europeus e no Canadá, foi descontinuado, pois um dos
braços do estudo apresentou mais eventos trombóticos e mais episódios
hemorrágicos do que com varfarina. Em pacientes no pós-operatório recente,
sangramento importante se manifestou predominantemente como derrame pericárdico
hemorrágico, especificamente em pacientes que iniciaram Pradaxa® precocemente
(ou seja, no terceiro dia pós-operatório) após a cirurgia de substituição da
válvula cardíaca.
A
informação de que Pradaxa® não pode ser usado em pacientes com próteses de
válvulas cardíacas será reforçada na bula do medicamento para o item
Contraindicação, informação que já consta no item Advertência da bula.
O
medicamento Pradaxa® está registrado no Brasil pelo laboratório Boehringer
Ingelheim do Brasil com as seguintes
indicações:
-
para prevenir a formação e migração de coágulos nas veias (tromboembolismo
venoso) em pacientes submetidos a cirurgia ortopédica de grande porte.
-
para prevenção do acidente vascular cerebral (derrame), embolia sistêmica
(migração de coágulos do coração para a circulação, provocando obstrução de
artérias) e redução do risco de morte em pacientes com fibrilação atrial
(doença que altera o ritmo dos batimentos cardíacos).
Essas
alterações de informações na bula do medicamento Pradaxa® também estão sendo
realizadas pelas agências americana (FDA) e europeia (EMA).
Recomendações
aos pacientes:
-
Se você tem ou já teve uma substituição de válvula cardíaca e está tomando
Pradaxa®, fale com seu profissional de saúde o mais rápido possível sobre seu
tratamento;
-
Não deixe de usar Pradaxa® ou outros anticoagulantes sem orientação de seu
médico, pois parar de repente de tomar os anticoagulantes pode aumentar o risco
de coágulos de sangue ou de um AVC;
-
Relate ao seu prescritor a suspeita de qualquer evento adverso.
Recomendações
aos Profissionais de Saúde:
-
Não utilizar Pradaxa® em pacientes com válvulas cardíacas mecânicas protéticas;
-
Recomendar aos seus pacientes que utilizam válvula cardíaca mecânica imediata
substituição do Pradaxa® por alternativa terapêutica;
-
Acompanhar os pacientes que fazem uso de Pradaxa®;
-
Notificar, por meio do Sistema Eletrônico de Notificações (NOTIVISA),
disponível na página da Anvisa, suspeitas de eventos adversos com o uso de
Pradaxa®.
A
Anvisa reforça a necessidade da promoção do uso seguro e racional de
medicamentos e solicita aos profissionais de saúde que notifiquem especialmente
as suspeita de reações adversas graves1a qualquer medicamento pelo sistema
NOTIVISA, disponível emhttp://www.anvisa.gov.br/hotsite/notivisa/index.htm.
Citação:
1.
Reações adversas graves: óbito; ameaça à vida; hospitalização ou prolongamento
de hospitalização já existente; incapacidade significativa ou persistente;
anomalia congênita ou evento clinicamente significante (intervenção médica com
a finalidade de evitar óbito, risco à vida, incapacidade ou hospitalização).

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