Protocolo 17.151.048 – 2021. 26 de junho de 2021, as 10:30:57

Protocolo 17.151.048 – 2021. 26 de junho de 2021, as 10:30:57 Análise da web de classe empresarial. Apresentada na plataforma de nível internacional do Google.
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sábado, 26 de junho de 2021

A população deve estar atenta aos perigos do uso indiscriminado de medicamentos:

 

Por isso, a população deve estar atenta aos perigos do uso indiscriminado de medicamentos: A automedicação pode levar a erros de diagnósticos, à escolha de uma uma terapia inadequada e pode retardar o reconhecimento de uma doença, com a possibilidade de agravá-la.  Os medicamentos que já foram anteriormente prescritos podem não ser mais efetivos para uma reincidência da doença. A não ser que o médico já tenha orientado desta forma. Sintomas iguais podem ter causas diferentes. Os sintomas são apenas um dos indicativos de problemas de saúde. Antes da prescrição, a consulta médica, o exame clínico e a realização de exames complementares são fundamentais. Interações medicamentosas podem ter consequências graves para a saúde. O médico tem competência para avaliar que tipos de medicamentos podem ser tomados em conjunto. Os médicos devem ser cautelosos ao fazer suas prescrições, usando letras legíveis ou prescrições impressas, além de orientar sobre o uso correto e os cuidados quanto à substituição dos medicamentos prescritos. Com o fracionamento das doses de medicamentos o Ministério da Saúde está ajudando a evitar a automedicação e os riscos de intoxicação, pois desta maneira o paciente leva para casa apenas a quantidade necessária para seu tratamento. Cada um deve fazer a sua parte para evitar as complicações do uso indiscriminado de medicamentos.  No Horizonte e em Fortaleza, nas turmas do Curso de Auxiliar de Farmácia muito se debateu essa questão: “Levante a mão quem nunca se automedicou por causa de uma dor ?”. É corriqueiro achar que ela é um mal passageiro, entupir-se de analgésico e esperar até ela se tornar insuportável para ir ao médico. Estudos indicam que 64% dos brasileiros tentam se livrar da sensação dolorosa sem procurar ajuda. O caso deve ser avaliado e o “doente” deve procurar o médico em todos os casos:

Dor de cabeça:

Dos 10 aos 50 anos, ela geralmente é causada por alterações na visão ou nos hormônios — esta, mais comum entre as mulheres. E esses são justamente os casos em que a automedicação aumenta o tormento. “Isso porque, quando mal usado, o analgésico transforma uma dorzinha esporádica em diária”, avisa o neurocirurgião José Oswaldo de Oliveira Júnior, chefe da Central da Dor do Hospital A.C. Camargo, em São Paulo. Acima dos 50 anos, as dores de cabeça merecem ainda mais atenção: é que podem estar relacionadas à hipertensão.

Dor de garganta

Costuma ser causada pela amigdalite de origem bacteriana ou viral. “Se não for tratada, a amigdalite bacteriana pode exigir até cirurgia”, alerta o otorrinolaringologista Marcelo Alfredo, do Hospital e Maternidade Beneficência Portuguesa de Santo André, na Grande São Paulo. A do tipo viral baixa a imunidade e, em 10% dos casos, vira bacteriana. Portanto, pare de banalizar essa dor. Se ela parece nunca ir embora, abra os olhos: certos tumores no pescoço também incomodam e podem ser confundidos, pelos leigos, como simples infecções.

Dor no peito

“Quando o coração padece, a dor é capaz de se espalhar na direção do estômago, do maxilar inferior, das costas e dos braços”, descreve o cardiologista Paulo Bezerra. Em geral, isso acontece quando o músculo cardíaco recebe menos sangue devido a um entupimento das artérias. “A sensação no peito é como a de um dedo apertado por um elástico. E piora com o estresse e o esforço físico”, explica Bezerra. Não dá para marcar bobeira em casos assim: o rápido diagnóstico pode salvar a vida.

Dor abdominal

Uma dica: o importante é saber onde começa. Uma inflamação da vesícula biliar começa no lado direito da barriga, mas tende a se irradiar para as costas e os ombros. Contar esse trajeto ao médico faz diferença. “Se a pessoa não for socorrida, podem surgir perfurações nessa bolsa que guarda a bile fabricada no fígado”, diz o cirurgião Heinz Konrad. Nas mulheres, cólicas constantes — insuportáveis no período menstrual — levantam a suspeita de uma endometriose, quando o revestimento interno do útero cresce e invade outros órgãos. “Uma em cada dez mulheres que vivem sentindo dor no abdômen tem essa doença”, calcula a anestesiologista Fabíola Peixoto Minson, do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo.

 

 

Dor nas costas

A má postura e o esforço físico podem machucar a coluna lombar. “É uma dor diária, causada pelo desgaste físico e pelo sedentarismo”, diz o geriatra Alexandre Leopold Busse, do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. Conviver com o tormento? Essa é a pior saída. A dor nas costas, além de minar a qualidade de vida, pode escamotear o câncer no pâncreas também. “No caso desse tumor, surge uma dor lenta e progressiva”, ensina a fisiatra Lin Tchia Yeng. Por precaução, aprenda que a dor nas costas que não some em dois dias sempre é motivo de visitar o médico.

Dor no corpo

Se ele vive moído, atenção às suas emoções. A depressão, por exemplo, não raro desencadeia um mal-estar que vai da cabeça aos pés. “O que dá as caras no físico é o resultado da dor psicológica”, diz Alaide Degani de Cantone, coordenadora do Centro de Estudos e Pesquisas em Psicologia e Saúde, em São Paulo. “Quem tem dores constantes aparentemente sem causa e que vive triste, pessimista, sem ver prazer nas coisas nem conseguir se concentrar direito pode apostar em problemas de ordem emocional”, opina o psiquiatra Miguel Roberto Jorge, da Universidade Federal de São Paulo. E, claro, essas dores que no fundo são da alma também precisam de alívio.

A dor de cabeça é, junto com a gripe, o problema de saúde que mais leva as pessoas ao balcão da farmácia em busca de alívio. Durante um período de 24 horas, um em cada vinte seres humanos no planeta manifesta algum tipo de cefaléia, em intensidades variáveis. É como dizer que, em apenas um dia, toda a população dos Estados Unidos estará implorando por um comprimido. A dor de cabeça é um fantasma que ronda a humanidade há milênios -- personalidades como Miguel de Cervantes, Edgar Allan Poe e Leon Tolstói penavam com dores crônicas. Franz Schubert, o compositor, e pensadores como Freud e Darwin foram vítimas do mesmo problema. Calcula-se que 18% das mulheres e 6% dos homens são atacados pela enxaqueca, uma dor crônica favorecida por causas genéticas e deflagrada por fatores ambientais. E 90% da população do mundo está sujeita a dores de cabeça eventuais, causadas pelo nervosismo, stress ou frustração.  O irônico é que, ao longo dos séculos, o homem tanto se esforçou para eliminar o sofrimento que acabou piorando o problema. Por tomar analgésicos demais -- uma freqüência superior a duas vezes por semana já pode ser suficiente --, de 2% a 4% da população desenvolve um tipo de dor crônica, que se manifesta mais de quinze vezes por mês. Imagine, dor de cabeça provocada por remédio! No início o paciente reage aumentando a dose de comprimidos, mas com o tempo nem dez Aspirinas são suficientes para amenizar seu sofrimento. A dor pode durar 72 horas seguidas e o doente não consegue mais trabalhar. Esse horror acontece porque o excesso de remédios afeta o equilíbrio químico do cérebro, rebaixando os níveis de serotonina, um neurotransmissor fundamental para a sensação de bem-estar. Para curar as vítimas dessa dor é necessário passar por um longo processo de desintoxicação, que pode durar até um mês. Nesse período o paciente não pode tomar um comprimido sequer, o que faz com que ele sofra de "cefaléia do rebote", uma espécie de síndrome de abstinência de remédios comparável à do viciado que foi afastado da cocaína.  Esses casos extremos, porém mais comuns do que se imagina, são fruto de uma maneira pouco saudável de conviver com os remédios. O paciente que não procura um especialista para identificar a causa de suas dores acaba recorrendo à automedicação. Os médicos, na maioria das vezes, também não estão preparados para lidar com um tipo de doença que não conhecem e lhes parece simples demais. Nos últimos anos a ciência catalogou mais de 150 tipos de cefaléia, com causas radicalmente diferentes umas das outras. Algumas pessoas, por exemplo, sofrem dores de cabeça sempre que comem em restaurante chinês. Elas podem passar a vida toda sem descobrir que a culpa é de uma alergia ao glutamato monossódico, o tempero mais usado nas culinárias orientais. Há até pessoas que sofrem dores de cabeça intensas no momento do orgasmo -- tão fortes que são forçadas a interromper o ato sexual. É uma situação extremamente constrangedora, de origem ainda mal explicada, mas para a qual há tratamentos eficientes.  A falta de informação é lamentável, porque existem hoje remédios para tratar cada tipo de dor com muito mais eficiência que as velhas Aspirinas. Eles agem diretamente sobre o mecanismo que desencadeia as crises, mas precisam ser receitados corretamente. Na dúvida, deve-se procurar sempre um médico de confiança. E prevenir, que é o melhor remédio. Dormir regularmente, não ficar mais de cinco horas sem comer, evitar exposição a luzes ou barulhos muito fortes. Para o dia-a-dia, no caso de uma dor de cabeça eventual, pode-se tomar uma Aspirina, mas isso não pode transformar-se em vício. É mais saudável recostar-se numa sala tranqüila, com pouca luz, relaxar os ombros e fechar os olhos. Uma bolsa de água fria na testa ou massagem no pescoço fazem melhorar bastante. Finalmente, se a dor se repetir com freqüência, procurar um médico. A solução pode ser mais simples do que parece.  A cultura da automedicação, somada a geniosidade do marketing, expõem inúmeras pessoas ao perigo. Pesquisa feita pelo Ministério da Saúde em novembro de 2008 relata que apenas 30% dos pacientes internados em Unidades de Terapia Intensiva conseguiram absorver os princípios ativos que necessitavam. Munhoz R.F.; Gatto A.M.; Fernades A.R.C; realataram em estudo que um dos principais fatores que levam as pessoas a se automedicar. Tendo em vista os problemas decorrentes da automedicação e principalmente quando esta é feita com uso de antibióticos (o que pode aumentar a resistência do microrganismo e transforma-los em uma bactéria multirresistente), a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) em outubro de 2010, modificou algumas regras para a venda de antibióticos, que a partir de então passaram a ser vendidos em farmácias e drogarias apenas com receita médica(Automedicação, no http://www.portalfarmacia.com.br ; Acesso em 12 de Dez 2012; Os perigos da automedicação (18/01/2012).Brasil se entope de remédios. Página visitada em 18/01/2013). Como citado Munhoz R.F.; Gatto A.M.; Fernades A.R.C; realizaram em estudo que um dos principais fatores que levam as pessoas a se automedicar é achar que o problema é pouco importante, o que se transcreve em um grande risco à própria saúde, também relataram que a classe terapêutica mais utilizada no grupo pesquisado foi a dos analgésicos, seguida dos anti térmicos e antiinflamatórios e que a propaganda de medicamentos influencia na automedicação.

Está chovendo remédio no Brasil. Jamais as pessoas consumiram tanto comprimido, os médicos receitaram tanta pílula, os balconistas venderam tanta injeção, pastilha, gotinha, vacina, xarope, pomada ou vitamina. A indústria farmacêutica faturava 5 bilhões de reais em 1994. Com vendas em alta e um bom reajuste nos preços, arrecadou o dobro no ano passado, 10 bilhões de reais. É mais do que movimenta a construção civil, o dobro do que obtém a indústria de eletrodomésticos. Com quase 2 bilhões de caixas comercializadas todo ano, o Brasil já é o quarto na lista dos países que mais consomem produtos farmacêuticos, embora esteja em posição vergonhosa na relação daqueles com melhores indicadores de saúde. Em matéria de venda de remédios, o Brasil perde apenas para os Estados Unidos, a França e a Alemanha. Nas ruas, o número de farmácias aumentou quase 40% em dez anos. Segundo a Organização Mundial de Saúde, o país precisaria de 25.000 drogarias para prestar um bom serviço à população. Tem 48.000. Está em curso uma explosão, com o perdão da palavra, medicamentosa. Há três motivos principais por trás dessa expansão. O primeiro e o mais decisivo deles é o suspeito de sempre: o aumento do poder aquisitivo das classes mais pobres depois da implantação do Plano Real. Segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, Ipea, do Ministério do Planejamento, 13 milhões de pessoas passaram a comprar remédios a partir de 1994. Essa multidão antes dependia da distribuição gratuita de remédios nos hospitais públicos. Se o produto estivesse disponível, muito bem. Se estivesse em falta, azar. Agora, pode gastar um pouco na drogaria da esquina. Outra razão para o aumento dos gastos com medicamentos foi a abertura comercial, que abarrotou as farmácias de novidades estrangeiras, sobretudo vitaminas, sais minerais e outros complementos da nutrição que vêm sendo consumidos avidamente pelos brasileiros mais abastados. A importação de medicamentos aumentou 50% no ano passado. Um terceiro fator, este cultural, é a fascinação que o brasileiro sempre teve pelo ato de entrar numa farmácia sem receita médica e sair de lá com um pacotinho debaixo do braço. A automedicação é uma das manias nacionais, como a dançarina Carla Perez ou os precatórios.  Segundo levantamento feito pela Associação Brasileira das Indústrias Farmacêuticas, Abifarma, algo como 80 milhões de brasileiros são adeptos da automedicação. O Ministério da Saúde confirma: de cada três remédios vendidos no país, apenas um é receitado por médico. Os outros dois são comprados por indicação de amigos, parentes, revistas, jornais ou sugestão do próprio balconista da farmácia. As vendas do antiinflamatório Cataflan, o medicamento mais consumido no país, cresceram 62% nos últimos cinco anos. Foram 30 milhões de caixas, quase uma para cada família brasileira, como se em todas as casas alguém tivesse sofrido um doloroso inchaço em alguma parte do corpo. Na classe média, que já tinha acesso aos medicamentos básicos, a mudança foi de estilo. O culto ao corpo, que provocou a multiplicação das academias de ginástica, levou às alturas o consumo de vitaminas e pílulas para emagrecer. Nos últimos três anos, as vendas de vitaminas cresceram duas vezes mais do que a dos remédios em geral. A classe média adotou outros hábitos não tão saudáveis, como consumir antidepressivos à moda dos americanos -- mesmo sem a recomendação de um psiquiatra. "Antidepressivo é para depressão, que é uma doença e tem quadro clínico definido. Mas resolveu-se tomá-lo para curar tristeza, frustração ou cansaço", afirma o psiquiatra Artur Guerra, chefe do departamento de psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo. Conforme estudos médicos, uma pessoa normal, com hábitos saudáveis, pode vir a precisar de três caixas de remédio por ano, no máximo quatro. Os brasileiros estão consumindo onze -- oito delas adquiridas sem orientação médica, por conta própria. Essa automedicação não é uma característica exclusivamente brasileira, é bom que se diga. Existe em todo o mundo. Acontece que nos países onde a comercialização de remédios é feita com mais seriedade ninguém consegue comprar determinados medicamentos sem receita médica. Em países como Brasil, Argentina, Paraguai, Tailândia e Iêmen do Sul, o sujeito consegue obter sem receita médica alguns remédios que podem, em certos casos, apresentar risco. Nos Estados Unidos, só se vendem livremente alguns remédios para gastrite, Aspirina e vitaminas. Antibióticos, pílula anticoncepcional e broncodilatadores à base de cortisona só podem ser adquiridos com receita. Na Alemanha, até Novalgina é vendida com receita. Há uma convenção internacional feita a partir de cores para definir quais remédios podem ser comercializados livremente e quais dependem de prescrição médica. Essa convenção, que vale para o Brasil, segue uma lógica científica e tem o propósito de separar remédios mais leves dos produtos mais pesados. Em primeiro lugar, há os remédios com tarja preta, os mais fortes. Esses só podem ser vendidos com a expedição de uma receita médica, que deve ficar obrigatoriamente retida. Têm tarja preta remédios para emagrecer como o Isomeride, calmantes como o Lexotan e anticonvulsivos como o Gardenal. Em seguida, vêm remédios menos pesados mas ainda assim com algum risco em determinadas situações. Esses levam uma tarja vermelha. Estão nessa categoria medicamentos como os antibióticos, as drogas para controle de pressão arterial e as pílulas anticoncepcionais. Finalmente, há os remédios sem tarja alguma. Podem ser vendidos sem receita porque o risco que representam para a saúde é muito pequeno. O padrão de consumo do brasileiro na farmácia, de acordo com o poder aquisitivo

CLASSE A

(Renda de 4 000 reais, ou mais)

Vive atrás de novidades e adora pedir aos médicos o remédio da moda. Adepto da automedicação, escolhe seus medicamentos de acordo com o que lê nos jornais ou ouve de amigos. É o principal consumidor de vitaminas feitas sob encomenda, em farmácias de manipulação. A família gasta, em média, 200 reais por mês na farmácia

CLASSE B

(Renda média de 2 000 reais)

Mantém em casa um pequeno estoque de remédios, vai à farmácia com mais freqüência, mas normalmente olha mais do que compra. Junto com a classe A, é o principal consumidor de antidepressivos como o Prozac. Também consome coquetéis de vitaminas importados, do tipo Stresstabs e Power Core. A família gasta em média 90 reais por mês na farmácia

CLASSE C

(Renda média de 900 reais)

Costuma ir à farmácia quando o médico manda comprar um remédio ou quando sente dor. Em média, visita drogarias uma vez por mês. Nas extravagâncias, consome inibidores de apetite, como Inibex e Fluril

CLASSES D e E

(Renda de 500 reais, ou menos)

Só vai à farmácia quando tem problema de saúde. Normalmente, não traz receita -- consulta com o próprio balconista e acata a sugestão. É responsável pelo aumento nas vendas de analgésicos como Novalgina e Anador. Eventualmente, recorre a postos de saúde para conseguir remédios

Na maior parte dos países desenvolvidos, a convenção é levada a sério. No Brasil e em muitos dos seus companheiros de Terceiro Mundo, burla-se a regra. Nos Estados Unidos, faz-se uma automedicação light, quase inócua. Aqui, os remédios de tarja vermelha são vendidos livremente sem receita médica e os de tarja preta são prescritos com liberalidade ­ em algumas farmácias é possível até mesmo obtê-los sem a prescrição do médico. "Estamos comprando muito remédio e alguns potencialmente perigosos", alerta o psicobiólogo Elisaldo Carlini, ex-secretário nacional de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde, uma autoridade no assunto.  Uma situação que deve ser evitada, pelos “auxiliares” é determinar, orientar ou sugerir a auto medicação. Além de ser um crime por prática de exercício profissional ilegal, coloca em risco a saúde pública dos usuários.  A automedicação é a prática de ingerir medicamentos sem o aconselhamento e/ou acompanhamento de um profissional de saúde qualificado, em outras palavras, é a ingestão de medicamentos por conta e risco por um indivíduo. Drogas perigosas -- Na lista dos dez remédios mais consumidos nos EUA estão pílulas para o coração, antidepressivos e comprimidos para controlar a pressão, nenhum deles vendido sem a receita. No Brasil, a lista dos dez mais procurados é diferente, muito mais leve. Dela constam pela ordem o Cataflan (analgésico e antiinflamatório), a Novalgina (analgésico e antitérmico), o Voltaren (analgésico), a Neosaldina (analgésico), o Redoxon (vitamina), o Microvlar (anticoncepcional), o Sorine (descongestionante), o Lexotan (tranqüilizante), o Hipoglós (pomada para irritação da pele) e, por último, no décimo lugar, o Buscopan (antiespasmódico). O conteúdo da lista é tranqüilizador. Seria calamitoso se os medicamentos mais consumidos pelos brasileiros fossem, em vez de analgésicos, remédios pesados de tarja preta. Mas até mesmo esses medicamentos leves para curar a dor podem embutir algum risco se o uso for prolongado. Na maior parte dos casos, uma dor de cabeça é apenas uma dor de cabeça e o melhor é tomar logo o analgésico, da mesma forma que a irritação no esôfago tende a ser quase sempre provocada por azia e nada mais. O risco está no comportamento repetitivo. Se uma pessoa tem uma doença mais grave que se manifesta em princípio por uma dor, essa doença pode ficar escondida pela utilização continuada de pílulas contra a dor. Preocupa também os médicos o consumo excessivo de antibióticos. Ingeridos em demasia, podem causar intoxicação. A longo prazo, seu emprego desordenado, ainda que sem doses excessivas, permite que as bactérias que se queria combater criem resistência contra os antibióticos usados pela pessoa de forma intermitente. Na festa da automedicação, o que mais assusta é o interesse dos consumidores por drogas mais perigosas. Os psicotrópicos, por exemplo. Uma pesquisa do Centro Brasileiro de Informação sobre Drogas Psicotrópicas mostrou que, depois dos solventes (cola de sapateiro, éter, clorofórmio), as drogas mais consumidas pelos jovens não são maconha nem cocaína, mas anfetaminas e calmantes, eventualmente misturados com álcool. A constatação rendeu um alerta no relatório da Divisão Internacional de Controle de Narcóticos da ONU, no ano passado. Embora esses remédios só sejam comercializados com retenção de receita, não há controle satisfatório sobre as vendas. A vigilância sanitária simplesmente não passa nas farmácias para recolher as guias de compra.

Psicotrópicos – Definição e Controle.

Os Psicotrópicos - Drogas que afetam a mente. As substâncias químicas naturais que podem alterar os processos psíquicos são conhecidas desde tempos imemoriais, especialmente as de origem vegetal, como o álcool, o ópio e a Cannabis. Essas e outras drogas foram empregadas na medicina antiga e o seu uso se manteve até o alvorecer dos tempos modernos. Hoje esses medicamentos são receitados normalmente às pessoas tensas ou nervosas e aos pacientes das clínicas psiquiátricas. Mas por lei foram equiparados aos entorpecentes e a sua venda é controlada, porque, usados abusiva ou indevidamente, podem causar farmacodependência.

Conceito.  O psicotrópico (psique = mente; topos = alteração) é um produto que age sobre o cérebro, modificando suas reações psicológicas. O termo indica, segundo Delay e Deniker, o conjunto de substâncias químicas, de origem natural ou artificial, que tem um tropismo psicológico, isto é, que são suscetíveis de modificar a atividade mental sem prejudicar o tipo desta modificação.

Controle Jurídico e Social.

Prescrição de antidepressivos aumentou até 83% entre 2009 e 2011, segundo a ANVISA. Ansiolíticos e calmantes estão entre os mais vendidos e são largamente utilizados no atendimento hospitalar. Uma em cada cinco pessoas no Brasil tem algum tipo de transtorno mental, de acordo com o Ministério da Saúde. O tratamento desses distúrbios quase sempre implica o uso de drogas psicoativas, medicamentos que afetam o estado mental do usuário. Mas o próprio governo e especialistas reconhecem que há um exagero na prescrição das drogas. No começo do ano passado, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) mostrou-se preocupada com o aumento da venda de antidepressivos e calmantes — só a de clonazepam, conhecida como Rivotril, pulou de 29,4 mil unidades em 2007 para 10,5 milhões em 2010. O Distrito Federal segue a onda tarja preta: os cinco remédios mas vendidos nas farmácias — tanto os industrializados quanto os manipulados — são psicotrópicos.  De acordo com dados da Anvisa, enquanto em 2009 eram vendidas no DF 4,91 caixas de Rivotril para cada 100 habitantes, em 2011 esse índice pulou para 7,4, um aumento de mais de 57%. Os demais psicotrópicos acompanharam a alta. O consumo de fluoxetina cresceu em dois anos 83% e o de alprozalam, 45% (veja quadro). Segundo Filipe Braga, psicólogo do Centros de Atenção Psicossocial (Caps) II do Paranoá, como nem sempre os pacientes são atendidos por especialistas, o uso de psicotrópicos acaba sendo a solução padrão. "Em Brasília, muitos dos pacientes que têm crise às 2h acabam indo para o pronto-socorro de hospitais gerais ou para o Hospital Psiquiátrico de São Vicente de Paula, em Taguatinga, o único que fica aberto todo o tempo para transtornos mentais."

Até durante o dia, ressalta Braga, o contato com profissionais especializados é difícil. "Não tem como colocar a culpa só nos psiquiatras, o erro está no sistema, em como a saúde mental é tratada no Brasil. É preciso que haja o diálogo, o carinho, mas isso não é possível com 800 pacientes para pouquíssimos profissionais", critica o profissional. Um Diretor de Saúde Mental da Secretaria de Saúde do DF, reconhece que as condições de atendimento distantes do ideal impactam diretamente no consumo de remédios. "Se o Estado não promover a contratação de funcionários com número suficiente para atender todos pacientes, tanto na área pública quanto privada, a tendência é que o tratamento fique focado exclusivamente na medicação", avalia. Segundo as autoridades sanitárias melhoras no sistema estão previstas. "São 2,6 milhões de habitantes. Se considerados os atendimentos do Entorno, chega a cerca de 4 milhões. A rede que temos hoje necessita de ampliação. Por isso, o plano diretor da pasta prevê a instalação de 46 Caps até 2015. Só em Brasília, DF. E o restante do país?.  As autoridades destacam ainda que a prescrição excessiva de calmantes não é uma realidade apenas brasileira. "É mundial. Dão ao medicamento um poder que ele não tem. Há um exagero na valorização dos remédios como se a medicina se reduzisse apenas ao poder das substâncias. VAMOR REFLETIR EM SALA DE AULA?

Ao constatar um quadro de hipermedicação de pacientes com transtorno mental na rede de atenção primária de saúde e nos Centros de Atenção Psicossocial (Caps) do Rio de Janeiro, de São Paulo e do Rio Grande do Sul, um grupo de pesquisa do Departamento de Saúde Coletiva da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) constatou que problemas como a falta de profissionais e a banalização do consumo desses medicamentos contribuem para que os limites sejam ultrapassados. A análise foi feita em mais de um ano de pesquisa e, segundo especialistas, os problemas encontrados se repetem no resto do país. A tese é confirmada pelo  presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP). De a ABP, a realidade dos Caps é a de muitos pacientes para poucos médicos, o que dificulta um atendimento mais cuidadoso e acaba, por vezes, resultando na medicação como processo paliativo para resolver rapidamente os sintomas.  Criados após a reforma psiquiátrica brasileira para substituir os hospitais psiquiátricos, os Caps realizam o tratamento dos pacientes na própria comunidade e junto das famílias, evitando a internação psiquiátrica integral. Apesar disso, segundo a professora Rosana Onocko-Campos, coordenadora da pesquisa acima comentada, há pouco diálogo entre os profissionais da saúde e os usuários, que costumam desconhecer o motivo ou o tempo de duração das terapias medicamentosas. "É como se houvesse um ponto cego, o ponto menos reformado da reforma", critica.  Ouvida pela imprensa a brasiliense Maria do Rosário, 49 anos, conta que toma remédio controlado desde os 8. Hoje diagnosticada com síndrome do pânico, ela ingere uma média de 360 comprimidos por mês de um antidepressivo com propriedades sedativas, que atua também como um bloqueador dos ataques de pânico. Sobre a possibilidade de diminuir as doses, ela cita uma frase que sua médica psiquiatra sempre fala: "Em time que está ganhando, a gente não mexe. Eu não consigo ficar sem remédio. Já estou há 41 anos tomando, se eu ficar sem, por causa da crise do pânico, não consigo nem sair de casa. Na rua, se uma pessoa vem andando na minha direção, já acho que ela quer me pegar", conta Maria. O estudo acima referenciado ressaltou ainda a medicalização da população, fenômeno que transforma as situações corriqueiras em objeto de tratamento da medicina. "Muitas vezes, a mulher chega triste ao ambulatório porque brigou com o marido, o filho foi preso, mas não chega a ter um diagnóstico de depressão. Só que, para essas situações de tristeza, ela ganha um ansiolítico, um antidepressivo para acalmar os nervos", critica a pesquisadora. O Ministério da Saúde foi procurado pelo Setor de Jornalismo da Imprensa, Correio para comentar sobre a hipermedicação de pacientes com transtorno mental no serviço público de saúde, mas afirmou "que a prescrição é uma relação entre médico e paciente e não cabe ao ministério intervir".

Ação no sistema nervoso.  Psicotrópicos são drogas que agem no sistema nervoso central. Podem ser ansiolíticos, indicados para diminuir a ansiedade e a tensão; calmantes, que causam de sonolência até o estado de inconsciência; e antidepressivos, usados para tratamento  de depressão.

Sinal de alerta.  Medicamentos industrializados mais vendidos no DF e em outras regiões do Brasil:

Substância  /  Indicação  /  Caixas para cada 100 habitantes /   Crescimento de 2009 a 2011

1º Clonazepam (Rivotril)  /  Calmante  /  7,74  /  57%

2º Fluoxetina  /  Antidepressivo  /  4,42   / 83%

3º Amitriplina  /  Antidepressivo  /  3,26  /  Não constava em 2009

4º Alprazolam  /  Calmante  /  2,90   / 45%

5º Sertralina   / Antidepressivo  /  2,76   / Não constava em 2009

Medicamentos manipulados mais vendidos:

Substância    Indicação     Miligramas per capta     Crescimento*

1º Anfepramona  /  Emagrecedor  /  38,53  /  44%

2º Fluoxetina  /  Antidepressivo  /  22,37  /  15%

3º Bupropiona  /  Antidepressivo  /  9,52  /  Não constava em 2009

4º Sertralina  /  Antidepressivo  /  8,82  /  47%

5º Femproporex  /  Emagrecedor  /  5,13  /  4%

Fonte: Sistema Nacional de Gerenciamento de Produtos Controlados / Anvisa.

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