Fitoterapia.
FAQ - Sistema de
Perguntas e Respostas - 12 registros
Medicamentos
Fitoterápicos - Informações Gerais
FAQ
Perguntas e
Respostas
1362
Qual a diferença
entre planta medicinal e fitoterápico?
As plantas
medicinais são aquelas capazes de aliviar ou curar enfermidades e têm tradição
de uso como remédio em uma população ou comunidade. Para usá-las, é preciso
conhecer a planta e saber onde colher e como prepará-la.
Quando a planta
medicinal é industrializada para se obter um medicamento, tem-se como resultado
o fitoterápico. O processo de industrialização evita contaminações por
microorganismos, agrotóxicos e substâncias estranhas, além de padronizar a
quantidade e a forma certa que deve ser usada, permitindo uma maior segurança
de uso.
Os fitoterápicos
industrializados devem ser registrados no Anvisa/Ministério da Saúde antes de
serem comercializados.
1363
O que não é
considerado fitoterápico?
Chá. No Brasil, os
chás são enquadrados como alimentos.
Homeopatia. Os
medicamentos homeopáticos são produzidos de forma diferente dos fitoterápicos,
através de dinamização. Neste tipo de terapia, são também utilizados, além de
princípios ativos de origem vegetal, outros de origem animal, mineral e
sintética.
Partes de plantas
medicinais. As plantas medicinais são consideradas matérias primas a partir do
qual é produzido o fitoterápico. As plantas medicinais podem ser
comercializadas no Brasil em farmácias e ervanarias, desde que não apresentem
indicações terapêuticas definidas, seja feito um acondicionamento adequado e
declarada sua classificação botânica.
1364
As farmácias de
manipulação podem produzir fitoterápicos?
Sim. As farmácias
de manipulação têm permissão para manipular medicamentos e entre eles, os
fitoterápicos, lembrando que os produtos dessas farmácias não são registrados
na Anvisa. Um fitoterápico pode ser manipulado se for prescrito em uma receita
ou se sua fórmula constar na Farmacopéia Brasileira, no Formulário Nacional ou
em obras equivalentes.
1365
Os fitoterápicos
podem fazer mal à saúde?
Como qualquer
medicamento, o mau uso de fitoterápicos pode ocasionar problemas à saúde, como
por exemplo: alterações na pressão arterial, problemas no sistema nervoso
central, fígado e rins, que podem levar a internações hospitalares e até mesmo
a morte, dependendo da forma de uso.
1366
Quais as
precauções que devem ser tomadas em relação aos fitoterápicos?
Os cuidados são os
mesmos destinados aos outros medicamentos:
* Buscar
informações com os profissionais de saúde;
* Informar ao seu
médico qualquer reação desagradável que aconteça enquanto estiver usando
plantas medicinais ou fitoterápicos;
* Observar
cuidados especiais com gestantes, mulheres amamentando, crianças e idosos;
* Informar ao seu
médico se está utilizando plantas medicinais ou fitoterápicos, principalmente
antes de cirurgias;
* Adquirir
fitoterápicos apenas em farmácias e drogarias autorizadas pela Vigilância
Sanitária;
* Seguir as
orientações da bula e rotulagem;
* Observar a data
de validade – Nunca tomar medicamentos vencidos;
* Seguir
corretamente os cuidados de armazenamento;
* Desconfiar de
produtos que prometem curas milagrosas.
1367
Há problemas em
usar outros medicamentos junto com fitoterápicos?
Os fitoterápicos
são medicamentos alopáticos, possuindo compostos químicos que podem interagir
com outros medicamentos. As plantas medicinais também possuem compostos
químicos ativos que podem promover este tipo de interação.
Deve-se ter
cuidado ao associar medicamentos, ou medicamentos com plantas medicinais, o que
pode promover a diminuição dos efeitos ou provocar reações indesejadas.
Um exemplo é o uso
de Hipérico (Hypericum perforatum) junto a anticoncepcionais podendo levar à
gravidez, outro é o uso de Ginco (Ginkgo biloba) junto a anticoagulantes, como
warfarina ou ácido acetilsalisílico, podendo promover hemorragias.
Deve-se sempre
observar as informações contidas nas bulas disponibilizadas nos medicamentos e
questionar o seu médico ou profissional de saúde sobre possíveis interações.
1368
Como saber se um
fitoterápico é registrado na Anvisa/ Ministério da Saúde?
Verifique na
embalagem o número de inscrição do medicamento no Ministério da Saúde. Deve
haver a sigla MS, seguida de um número contendo de 9 a 13 dígitos, iniciado
sempre por 1.
Há a possibilidade
de consultar o registro do produto no site da Anvisa.
Ao encontrar um
produto sendo vendido como fitoterápico que não tenha registro na Anvisa, você
deve comunicar a Vigilância Sanitária de seu Estado ou Município, ou denunciar
à Anvisa, mediante mensagem para o e-mail: gmefh@anvisa.gov.br.
1392
Um produto na
apresentação de óleo pode ser registrado como medicamento fitoterápico?
A RDC 48/04
informa em seu item 'abrangência' que os medicamentos cujos princípios ativos
sejam exclusivamente derivados de drogas vegetais serão objetos de registro
como fitoterápicos. No item 'definições' descreve os derivados de droga vegetal
como 'produtos de extração da matéria-prima vegetal: extrato, tintura, ÓLEO,
exsudato'...
Portanto, quando o
óleo de copaíba, óleo de rícino, óleo de alho, etc. apresentam alegações
terapêuticas, são registrados como medicamentos fitoterápicos, desde que
comprovem sua qualidade, segurança de uso e indicações terapêuticas.
1393
Como proceder para
alterar a restrição de uso de um determinado fitoterápico?
A empresa deve
protocolar uma Notificação de Alteração de Bula e uma Notificação de Alteração
de Rotulagem, se a informação também constar no rótulo. As petições devem ser
aceitas antes do procedimento da alteração pela empresa.
Tal procedimento
pode ser necessário para adequar o produto à RE 89/03 ou à RDC 138/03.
1395
Como proceder para
adequar os medicamentos registrados que tem em sua constituição extratos de
vegetais associados a vitaminas ou minerais, drogas sintéticas, semi-sintéticas
ou biológicas?
Este produto deve
se adequar conforme determinado pelo Art. 10 da RDC 134/03.
A empresa pode
optar em modificar a formulação, mantendo somente como princípios ativos os
derivados de droga vegetal, se adequando à RDC 48/04 ou pode optar em continuar
produzindo o medicamento com a fórmula original, sendo enquadrado como
medicamento novo, devendo seguir à RDC 136/03.
1396
Após a publicação
da RDC 134/03, como proceder ao registro e/ou renovação de registro de produtos
que eram isentos: óleo de rícino, aguardente alemã, água de flor de laranjeira etc?
Desde a publicação
da resolução atual, a RDC 48/04, fitoterápicos não são mais cadastrados como
isentos de registro. Sendo assim, tais produtos devem se adequar à RDC 48/04
sendo registrados como fitoterápicos.
1397
Quais
fitoterápicos devem ser registrados como fitoterápico similar?
Desde a publicação
da RDC 48/04, a classe de fitoterápicos similar, prevista na resolução anterior
(RDC 17/2000) foi extinta.
Desta forma, não
há como se registrar fitoterápico similar.
http://www.anvisa.gov.br/faqdinamica/index.asp?Secao=Usuario&usersecoes=36&userassunto=135
Fitoterapia (do
grego therapeia = tratamento e phyton = vegetal) é o estudo das plantas medicinais
e suas aplicações na cura das doenças. Ela surgiu independentemente na maioria
dos povos. Na China, surgiu por volta de 3000 a.C. quando o imperador
Cho-Chin-Kei descreveu as propriedades do Ginseng e da Cânfora. Há uma grande
quantidade de plantas medicinais, em todas as partes do mundo, utilizadas há
milhares de anos para o tratamento de doenças, através de mecanismos na maioria
das vezes desconhecidos. O estudo desses mecanismos e o isolamento do princípio
ativo (a substância ou conjunto delas que é responsável pelos efeitos
terapêuticos) da planta é uma das principais prioridades da farmacologia.
Enquanto o princípio ativo não é isolado, as plantas medicinais são utilizadas
de forma caseira, principalmente através de chás, ultradiluições, ou de forma
industrializada, com extrato homogêneo da planta. Ao contrário da crença
popular, o uso de plantas medicinais não é isento de risco. Além do princípio
ativo terapêutico, a mesma planta pode conter outras substâncias tóxicas, a
grande quantidade de substâncias diferentes pode induzir a reação alérgica,
pode haver contaminação por agrotóxicos ou por metais pesados. Além disso, todo
princípio ativo terapêutico é benéfico dentro de um intervalo de quantidade -
abaixo dessa quantidade, é inócuo e acima disso passa a ser tóxico. A variação
de concentração do princípio ativo em chás pode ser muito grande, tornando
praticamente impossível atingir a faixa terapêutica com segurança em algumas
plantas aonde essa faixa é mais estreita. Na forma industrializada, o risco de
contaminações pode ser reduzida através do controle de qualidade da matéria
prima, mas mesmo assim a variação na concentração do princípio ativo em
cápsulas pode variar até em 100%. Nas ultradiluições, como na homeopatia, aonde
não há o princípio ativo na apresentação final, não há nenhum desses riscos
anteriores, mas também não há nada que indique que haja qualquer efeito
benéfico. À medida que os princípios
ativos são descobertos, eles são isolados e refinados de modo a eliminar
agentes tóxicos e contaminações, e as doses terapêutica e tóxica são bem
estabelecidas, de modo a determinar de forma precisa a faixa terapêutica e as
interações desse fármaco com os demais. No entanto, o isolamento e refino de
princípios ativos também não é isento de riscos. Primeiro porque pretende
substituir o conhecimento popular tradicional e livre, testado há milênios, por
resultados provindos de algumas pesquisas analítico-científicas que muitas
vezes são antagônicas. Segundo, porque a simples idéia de extrair princípios
ativos despreza os muitos outros elementos existentes na planta que, em estado
natural, mantêm suas exatas proporções. Assim sendo, o uso de fitoterápicos de
laboratório poderia introduzir novos efeitos colaterais ou adversos
inesperados, devidos à ausência de sinergismo ou antagonismo parcial entre mais
de um princípio ativo que apenas seriam encontrados na planta. Deve-se observar
que a definição de medicamento fitoterápico é diferente de fitoterapia pois não
engloba o uso popular das plantas em si, mas sim seus extratos. Os medicamentos
fitoterápicos são preparações elaboradas por técnicas de farmácia, além de
serem produtos industrializados. Plantas medicinais correspondem às plantas ou
seus componentes que são utilizados como medicamentos fitoterápicos.
Povos e regiões possuem plantas medicinais
específicas, mas algumas plantas e ervas medicinais são conhecidas em quase
todo o mundo
De acordo com a
primeira edição do Formulário Nacional, elaborado pela Subcomissão do
Formulário Nacional, da Comissão Permanente de Revisão da Farmacopéia
Brasileira (CPRFB), instituída pela Portaria nº. 734, de 10 de outubro de 2000,
Medicamento Fitoterápico é todo medicamento obtido empregando-se exclusivamente
matérias-primas ativas vegetais. Povos e regiões possuem plantas medicinais
específicas, mas algumas plantas e ervas medicinais são conhecidas em quase
todo o mundo. É caracterizado pelo conhecimento da espécie vegetal, de sua
eficácia e dos riscos de seu uso, assim como, pela reprodutibilidade e
constância de sua qualidade. Sua eficácia e segurança são validadas por meio de
levantamentos etnofarmacológicos, de documentações tecnocientíficas em
publicações ou ensaios clínicos fase 3. Não se considera medicamento
fitoterápico aquele que, na sua composição, inclua substâncias ativas isoladas,
de qualquer origem, nem as associações dessas com extratos vegetais.
Para
conhecer as plantas integrantes à Farmacopéia Nacional do Brasil consulte aANVISA ou verifique se é um produto já registrado Anvisa - Consulta
de Medicamentos.
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